Ex-faz-tudo de Dirceu, dirigente do PT opera banco falso e faz reuniões fora da agenda no governo

Fernando Neto foi procurador do ex-ministro por cinco anos e se apresenta como dono do Atualbank. Apesar do nome, empresa não é autorizada pelo Banco Central e usa título falso do Tesouro Nacional para simular um lastro bilionário; empresário afirma que documento é irrelevante, e Dirceu diz ter rompido com ele em 2023

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Foto do author Vinícius Valfré
Atualização:

BRASÍLIA – Um antigo “faz-tudo” do ex-ministro José Dirceu (PT) opera um banco com lastro falso de R$ 8,5 bilhões e percorre o Palácio do Planalto, a Esplanada e o Congresso fazendo lobby e oferecendo serviços em reuniões fora de agendas públicas. O Atualbank usa documentação falsa do Tesouro Nacional, tem “laranjas” envolvidos na constituição e é ligado a um estelionatário condenado no Mato Grosso.

CEO do banco, Fernando Nascimento Silva Neto, de 40 anos, acumula os negócios com sua atuação no PT. Filiado ao partido desde 2004, é dirigente da sigla na cidade de Brasília, ex-membro do diretório do DF e participou do processo eleitoral nacional da legenda, em 2019. Recentemente, passou a exibir prestígio na capital: posa com governistas, centrão e até opositores, ganhou título de doutor honoris causa de uma faculdade privada, publicou na revista do Superior Tribunal Militar e circula nos bastidores falando de tendências do governo.

O empresário Fernando Neto, ex-procurador do ex-ministro José Dirceu e CEO do Atualbank, investigado pela polícia de São Paulo Foto: @fernandonsneto via Instagram

O Atualbank diz ter um capital social bilionário. O valor é lastreado em uma suposta letra de crédito do Tesouro Nacional. Procurado, o Tesouro informou que o documento é falso e frisou que o uso deve ser objeto de investigação da Polícia Federal. Fernando Neto disse que o título “nunca foi utilizado e não tem funcionalidade alguma para a empresa” (leia mais abaixo).

A ascensão do empresário coincide com o período em que ele ganhou das mãos de José Dirceu, em maio de 2018, uma procuração para representar o ex-ministro “em quaisquer repartições públicas federais, estaduais e municipais, inclusive no Ministério da Justiça, na Câmara e no Senado”, podendo nelas “requerer, alegar e assinar o que necessário for”.

O ex-ministro José Dirceu assinou, em cartório, em 17 de maio de 2018, uma procuração concedendo amplos poderes ao empresário Fernando Nascimento Silva Neto, responsável pelo Atualbank Foto: Vinícius Valfré/Estadão

A procuração foi assinada na véspera do dia em que Dirceu se entregou à Polícia Federal para cumprir pena no âmbito da Lava Jato. Fernando Neto gozava da estrita confiança do ex-ministro. Fazia as vezes de motorista e ficava responsável, por exemplo, por organizar a venda de livros de Dirceu durante coquetéis de lançamento. Em agendas públicas, permanecia ao alcance dos olhos do chefe para qualquer demanda.

Com a procuração, Neto pôde se cacifar na cidade como braço direito do ex-ministro. E passou a se anunciar como “assessor especial”, “amigo” e até “filho de criação de Dirceu”, segundo relatos de pessoas que estiveram com o empresário em encontros partidários e privados.

A procuração só foi revogada mais de cinco anos depois, em setembro de 2023. Em nota, a assessoria de Dirceu informou que a revogação se deu depois de o ex-ministro “tomar conhecimento de indícios de que Neto estaria falando em seu nome”, mas não detalhou as circunstâncias que levaram ao rompimento.

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“Além disso, Fernando Neto não representa José Dirceu junto a empresários, políticos ou interlocutores”, disse a equipe do ex-ministro.

O banco não é banco

No fim de 2023, o ex-procurador de José Dirceu passou a se apresentar publicamente como CEO do Atualbank. No papel, é o único sócio do banco desde março de 2024. Apesar do “bank” no nome, nunca esteve entre as instituições autorizadas pelo Banco Central.

Apesar do 'bank', documento do Banco Central confirma que Atualbank nunca esteve entre as instituições autorizadas pela autarquia oficial Foto: Reprodução/Estadão

Na prática, não é exatamente um banco, mas uma empresa que informou à Receita Federal atuar com “consultoria em tecnologia da informação”, “administração de cartões de crédito”, “correspondentes de instituições financeiras” e “consultoria em gestão empresarial”.

No site oficial, a empresa se anuncia como “parte de um grupo global de empresas, criado para assessorar e prestar serviços financeiros sofisticados e estruturados para alcançar metas ambiciosas”.

Escritório no Lago Sul e festas com vinho e whisky

Enquanto procurador de Dirceu, Fernando Neto participou, como ele mesmo conta em Brasília, da “montagem” do Atualbank, ainda em 2018. Entre setembro de 2017 e janeiro de 2020, foi comissionado do gabinete da liderança da minoria no Congresso. Deixou o posto para trabalhar no gabinete do deputado Paulo Guedes (PT-MG), onde permaneceu até 2023. Segundo o parlamentar, o servidor foi uma indicação da “assessoria da liderança do partido”, mas não se lembra de quem.

Apesar do vínculo formal com o gabinete do petista de Minas Gerais, a atividade principal de Fernando Neto era a operação de um escritório de advocacia e de contabilidade no Lago Sul, um dos bairros mais nobres de Brasília, com endereço em uma badalada quadra onde vivem ministro e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Conheci num evento do PT quando cheguei para meu primeiro mandato, em 2019. Ele impressiona pela fala, conversa muito bem. Foi se colocando à disposição, dizia ‘posso te ajudar em Brasília’. Demandei tão pouco que acabei exonerando ele”, contou o Paulo Guedes do PT.

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O deputado chegou a enviar à Secretaria de Relações Institucionais (SRI) uma indicação para que Fernando Neto comandasse a Fundação Nacional de Arte (Funarte), órgão ligado ao Ministério da Cultura. “Não me lembro de ter feito essa indicação”, disse o parlamentar.

Com um salário que variou entre R$ 10 mil e R$ 14 mil na Câmara, ele pagava R$ 11 mil de aluguel pela casa. O endereço comercial, que também fez de morada, se tornou ponto de peregrinação de empresários e políticos de cores variadas, inclusive ligados ao PT, ao PL, ao Podemos e ao Pros (hoje Solidariedade).

“Fui uma ou duas vezes numa casa dele, nessas festas que se faz em Brasília para beber vinho e whisky. Vi umas quatro vezes, não conheço bem para avalizar. Já faz um tempo, eu não era deputado”, disse o deputado Washington Quaquá (PT-RJ).

Apesar dos serviços prestados e de ele se apresentar em Brasília como advogado, Fernando Neto não é profissional e não tem inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele também costuma se apresentar como “dirigente do PT”, sem especificar o âmbito local de sua atuação.

‘Banqueiro’ frequenta Planalto para ‘visitas de cortesia’

Em um ano e meio do governo Lula, Fernando Neto esteve ao menos oito vezes no Palácio do Planalto – sendo cinco como “assessor pouco demandado do deputado Paulo Guedes” e três quando já tinha deixado formalmente a assessoria parlamentar.

As entradas foram autorizadas por setores da Secretaria de Relações Instituições (SRI), do ministro Alexandre Padilha (PT), da Secretaria-Geral da Presidência (SGP) da República, do ministro Márcio Macêdo (PT), e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), à época comandado pelo ministro Gonçalves Dias.

Ele não aparece nas agendas oficiais como convidado. As visitas ocorreram em dias e horários em que o presidente Lula não estava na Praça dos Três Poderes e não havia cerimônias abertas ao público.

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A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) se limitou a dizer que o empresário não foi recebido por Lula, por nenhum servidor do gabinete da Presidência nem pela própria Secom.

O ministério de Padilha informou que ele Fernando Neto “teve a entrada liberada pela SRI porque ele estava acompanhando por algum parlamentar que tinha audiência marcada na pasta”. Já a Secretaria- Geral da Presidência afirmou que o empresário foi recebido por um servidor “a título de visita de cortesia” e que o funcionário exerce cargo “que não possui o dever de divulgação de compromissos em agenda”.

À reportagem, o servidor, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse ser amigo de Fernando Neto e que não tratou de negócios nos encontros. Procurado, o GSI não esclareceu as circunstâncias de uma visita no fim de janeiro de 2023.

Reunião ‘relâmpago’ fora da agenda no Ministério dos Portos

O CEO do banco constituído com lastro falso esteve no Ministério de Portos e Aeroportos na noite do dia 9 de maio deste ano. Os registros da portaria mostram que Fernando Neto chegou às 21h49 para “falar com o ministro Silvio Costa” e saiu dois minutos depois.

Questionado, o empresário disse que tratou-se de “uma visita rápida para tentar marcar uma agenda que não ocorreu”.

Já a pasta informou que Neto foi recebido pelo então chefe de gabinete do ministro, Tomé Franca, hoje secretário nacional de Aviação Civil, entre 19h e 19h30, e que o empresário apresentou planos do Atualbank no setor de infraestrutura. A reunião não aparece na agenda oficial de Franca.

Fernando Neto aparece na lista de visitantes do Ministério de Portos, de Silvio Costa, na noite do dia 9 de maio de 2024; o registro indica uma permanência de 2 minutos, mas a pasta afirma ser um erro Foto: Reprodução/Estadão

Em nota, o ministério afirmou que houve um erro no sistema da recepção e, por isso, a diferença de horários.

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“O senhor Fernando Neto, recém-nomeado CEO do Atualbank, tinha a intenção de apresentar a empresa e seus projetos de investimentos no setor”, disse a pasta. “O ministério tem atendido todas as instituições que manifestam interesse em investimentos no setor.”

No último ano e meio, o empresário também já esteve em gabinetes de deputados do União, PL, Podemos, Republicanos e PT no Congresso. Todos disseram não ter certeza sobre os encontros nem lembrar a pauta das reuniões.

Fernando Neto disse que seu propósito era estritamente intelectual. “Estava escrevendo um artigo sobre Defesa Nacional, Segurança Pública e Inteligência de Estado. Tentei conversar com alguns parlamentares sobre o assunto antes e durante a publicação”, alegou.

Fernando Neto atrás de José Dirceu (sentado) durante evento com João Pedro Stedile (falando), no sindicato dos servidores públicos do DF, em 16 de abril de 2018, um mês antes de receber uma procuração com amplos poderes para representar o ex-ministro Foto: Dida Sampaio/Estadão

O presidente do PT de Brasília, José Wilson da Silva, confirmou que Fernando Neto é um dos dirigentes, mas com vida partidária discreta.

Em nota, a assessoria da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que ela conhece o empresário, mas “não mantém com ele nenhum outro vínculo”. A deputada “não recomendou que ele fosse recebido em seu nome por pessoas do governo federal e nunca ouviu falar” do Atualbank.

Fernando Neto é dirigente do PT de Brasília até 2025, conforme consta em documento oficial da Justiça Eleitoral Foto: Reprodução

Tesouro Nacional confirma documento falso e diz ser caso de PF

O Atualbank usa como lastro de seu capital social uma Letra de Crédito do Tesouro Nacional da “Série Z” supostamente emitida conforme uma lei de 1970 e que, hoje, teria valor de R$ 8,5 bilhões. A empresa informou à Junta Comercial de São Paulo que o documento está “no cofre da tesouraria”. No entanto, o documento é falso. Não existem letras do Tesouro da série Z emitidas na década de 1970.

Capital social é o investimento inicial de uma empresa feito pelos sócios por meio de bens financeiros ou materiais para o começo da atividade empresarial. O título bilionário falso foi relacionado como lastro do Atualbank em agosto de 2021, três anos após o início da “montagem” da instituição por Fernando Neto.

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Documento do Atualbank, de 2021, registra mudança de capital social com letra do Tesouro Nacional supostamente avaliada em R$ 8,5 bilhões; o lastro é falso, segundo o Tesouro Foto: Reprodução/Estadão

A proliferação de títulos como esse levou o Tesouro a emitir, em 2020, um alerta público sobre a atuação de golpistas. A reportagem consultou o Ministério da Fazenda sobre o lastro apresentado pelo Atualbank sem discriminar qual instituição o utilizou. Em resposta, a pasta confirmou se tratar de fraude e destacou que, em casos como esse, a PF deve ser acionada.

Ex-‘dono’ de banco é eletricista no Rio de Janeiro

A constituição e a operação do Atualbank são baseadas em uso de “laranjas”. Enquanto Fernando começava a se apresentar como novo presidente da empresa, o dono da companhia, no papel, era Cristiano dos Santos Cordeiro Velasco, um eletricista instalador de ar condicionado que vive em Búzios, no Rio de Janeiro.

O eletricista Cristiano Cordeiro Velasco, do Rio de Janeiro, era, no papel, dono do Atualbank antes de a empresa ser transmitida a Fernando Neto; Velasco confirmou que emprestou o nome Foto: Arquivo pessoal via WhatsApp

Pouco antes de ser “banqueiro”, Cristiano recorreu a parcelas do auxílio emergencial pago durante a pandemia de covid-19. Questionado pela reportagem sobre o banco, afirmou ter emprestado o nome a um grupo com a promessa de receber dinheiro em troca.

O eletricista conta que os pagamentos não ocorreram, ele suspeitou de fraude e pediu a remoção de seu vínculo. Em março deste ano, o banco saiu do nome dele para o de Fernando Neto, com quem o eletricista diz que nunca teve contato.

“Quando eu descobri que estava tendo alguma coisa, que não estava legal, pedi para tirar meu CPF, falei que não queria mais”, disse. “Eu ficava recebendo ligação de vários bancos, vários credores, procurando valores que talvez tenham negociado. Falei que não queria mais. Só ganhei aborrecimento e estresse”, disse.

Um estelionatário condenado por trás do Atualbank

Uma série de depoimentos colhidos pelo Estadão apontam que por trás da operação do Atualbank está Walter Dias Magalhães Junior, estelionatário condenado em primeiro grau pela Justiça de Mato Grosso e investigado por outros crimes.

Ele passou a usar o nome de Walter Tiburtino e aparecia como “conselheiro administrativo” do banco no site da empresa. Durante esta investigação, quando o grupo já sabia que uma reportagem sobre o Atualbank estava sendo preparada, o nome dele foi retirado da seção “quem somos” da página oficial.

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Walter Tiburtino é, na verdade, Walter Dias Magalhães Junior, condenado em primeiro grau por estelionato e alvo de outra investigação; durante trabalho de reportagem, o nome dele foi removida da página da empresa Foto: Reprodução/Atualbank

Um dos principais indícios de que Walter Junior é o responsável pelo Atualbank de Fernando Neto é um depoimento prestado à Polícia Civil de São Paulo, em março, por um antigo dono da empresa, Marcelo Demichele, antecessor do eletricista Cristiano Cordeiro Velasco.

Segundo o depoimento, a compra e a operação foram lideradas por Walter Dias Magalhães Júnior, que teria indicado Cristiano como sócio. Demichele relatou ter firmado um contrato de compra e venda com Walter e que passou a cumprir ordens dele. Disse, ainda, que já esteve com Fernando Neto em São Paulo.

“Eu apenas fazia a digitação dos dados do cliente”, contou Demichele à polícia. “Tenho um contrato de compra e venda com o Walter onde ele poderia colocar quem ele quisesse no Atualbank como proprietário”.

O inquérito, ainda embrionário, apura crimes como estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O Estadão apurou que ao menos outras duas empresas são usadas pelo Atualbank em operações para suposta captação de investimentos no exterior: a Agatha Consultoria e o FBEMIC Bank. A consultoria está em nome de uma enteada de Walter Junior, e a investigação policial já constatou que os supostos donos do segundo banco são laranjas.

Walter Dias Magalhães Junior é condenado em primeira instância pela Justiça de Mato Grosso por liderar uma organização criminosa que cometeu estelionato e já esteve preso. Ele foi acusado na Operação Castelo de Areia, do Ministério Público Estadual (MPMT), de lucrar mais de R$ 50 milhões com golpes contra empresários. Enquanto recorre, é alvo de uma outra investigação do MPMT, em andamento.

A atuação que levou ao revés na Justiça consistia em enganar empresários com promessas de obtenção de financiamentos do exterior mediante aportes em fundos de investimentos. Até um falso dono de banco chinês era usado na fraude, segundo a denúncia.

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O que dizem Fernando Neto e Walter Junior

O empresário Fernando Neto não detalhou o papel de Walter Junior no Atualbank e tentou minimizar o fato de a empresa da qual se apresenta como CEO usar um título falso do Tesouro Nacional. O dirigente do PT também não quis especificar seu vínculo com José Dirceu. Disse apenas não ter hoje relação com o ex-ministro.

Com relação aos custos da casa do Lago Sul, quase equivalentes ao salário que recebia da Câmara, o empresário afirmou que viveu no local e que as despesas eram divididas com profissionais que usavam o espaço.

Em manifestações públicas, Fernando Neto dizia prestar serviços e manter contato com responsáveis pelo Atualbank desde 2018, até finalmente aceitar o convite, no ano passado, para responder como CEO.

Ao Estadão, ele disse que o vínculo se deu por etapas. “Fui indicado por amigos para prestar consultoria à época e auxiliar na montagem do grupo, a empresa já existia. Essa relação durou de 2019 até a pandemia em 2020. Depois disso nos afastamos”, disse.

Ele não mostrou balanços da empresa solicitados pela reportagem e frisou que “os resultados apresentados são todos de prejuízo”.

Questionado sobre o porquê de o nome de Walter Tiburtino ter sido removido do site oficial, alegou que “não existe mais conselho dentro do grupo” e que “toda a estrutura está sendo reorganizada”.

Walter Junior manifestou-se por meio do advogado Guilherme do Amaral Pereira. O representante afirmou que o processo que rendeu a condenação por estelionato não transitou em julgado e que os “diversos conflitos de informações” irão resultar “na absolvição integral”.

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A defesa nega que Walter Junior seja o dono oculto do Atualbank e sustenta que ele “gerenciou a empresa apenas por um lapso temporal”. No período, optou por assinar Tiburtino para honrar o sobrenome do pai.

O advogado do empresário nega que Cristiano Cordeiro Velasco tenha sido um laranja. A defesa de Walter alegou que o Atualbank “adquiriu os títulos e os colocou como capital social, certos da boa-fé da negociação” e que o documento “jamais foi utilizado comercialmente, exposto ou transacionado”.

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